segunda-feira, 18 de abril de 2016

O anticristão

Liberdade é o maior bem que o ser humano pode almejar a ter, porém ela é uma ilusão pois nós não somos realmente livres por mais autonomia que tenhamos. O sistema capitalista nos torna escravos do dinheiro, assim como a religião nos torna escravos da idolatria. 

Como disse o pensador anarquista Mikhail Bakunin: "O cristianismo é precisamente a religião por excelência, porque ele expõe e manifesta, em sua plenitude, a natureza, a própria essência de todo o sistema religioso, que é empobrecimento, a escravização e o aniquilamento da humanidade em proveito da divindade."

A fé cristã destaca-se das outras por ser uma religião voltada inteiramente ao divino e não ao humano. Assim sendo, o cristianismo tem como pilar a escravidão do espirito em prol de uma divindade superior deixando em segundo plano a própria existência do "eu".

O cristianismo é a fé do juiz, juri e executor, e se mostrou assim durante séculos de terror em que foi a lei máxima onde condenava à fogueira e torturava milhares de pessoas acusadas de heresia e bruxaria. Não me refiro somente à Igreja Católica, mas também ao protestantismo formado por Lutero que teve seus episódios negros ao exterminar católicos, e na própria América em eventos como das bruxas de Salém.

Obviamente os católicos, evangélicos e outras ramificações cristãs de hoje dirão que foram erros do passado e que devem ser esquecidas e que o mundo mudou. Eu digo não! a história jamais deve ser esquecida, os pecados de seus antepassados assombram a todos ainda. Esses crimes imperdoáveis devem sempre e diariamente ser lembrados a cada cristão pois foi em nome de sua fé, de seu deus que milhares de pessoas inocentes morreram.

E ainda dizem como se as coisas tivessem mudado, como se os cristãos de hoje fossem diferentes dos genocidas de ontem. Pois não são! O cristianismo ainda é o mesmo, ainda é doente. Os cristãos ainda são preconceituosos e intolerantes, só não tem uma instituição poderosa o suficiente para queimar pessoas em praça pública como antigamente.

Deus pode ser amor, mas o cristianismo é o oposto, o cristianismo é ódio. Ainda hoje vemos políticos intervindo no estado laico para envenenar nosso país com sua fé cega e podre. As pessoas que seguem piamente seus pastores e padres são ovelhas cujo pastor do rebanho é o lobo.

Marx já disse "A religião é o ópio do povo", uma droga necessária para amenizar o sofrimento mundano das pessoas dos problemas cotidianos nos dando a ilusão de uma recompensa futura e inexistente.

O cristão médio não passa de um cordeirinho cheio de lã de onde seu pastor o tosa até não sobrar nada, tanto materialmente quanto espiritualmente pois o eu não importa, o que importa realmente é deus. E se deus não existir? O cristão médio não ousa se fazer essa pergunta, para ele isso é tabu, para ele deus é uma verdade absoluta e unica verdade, unica salvação.

Jamais poderei alcançar a salvação, o sucesso através dos meus atos, apenas através da oração de adoração de um ser imaginário e invisível. E se deus estiver morto? E se deus nos abandonou? O cristão médio jamais aceitaria tamanha revelação pois deus morreu por seus pecados porém ressuscitou. Mas se deus morreu por meus pecados, por que ainda vejo pecados na terra, tantos horrores diariamente?

Deus me criou a sua imagem e semelhança ou eu o criei à minha imagem e semelhança em minha arrogância? Enquanto houver essa bussola imoral chamada cristianismo, esse tapume ofuscando os olhos das pessoas, haverão os alienados pelo câncer cristão. Enquanto bilhões se guiarem por um livro milenar cheio de falhas e incoerências, haverá a ignorância e continuará havendo ciclicamente morte e intolerância.


Nenhum comentário:

Postar um comentário