quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Um relato trágico.

Você se encontra no mais extremo limite. Sua existência não faz mais nenhum sentido. Você apela para a automutilação para tentar sentir alguma coisa, qualquer coisa. "O que não me mata me fortalece". Como eu queria seguir essa lei. A autoextinção se torna cada vez mais atraente.
Frente à esse sofrimento, seus entes queridos em uma tentativa fútil de ajuda o que tentam? Fé, deus, religião. Uma conversão forçada. Não entendem? Não há espaço para religião na minha alma. Não serei vítima dessa inquisição psicológica.
A ideia de deus pode trazer conforto para outras almas, porém por mais atormentada que a minha esteja, não há espaço para insensatez, ignorância e ilusão. Minha dor não provém de origem metafísica ou sobrenatural. Eu não herdei esse sofrimento de erros de uma vida anterior ou como efeito de carma.
Eu não acredito em inferno, o inferno são os outros. A solidão corrompe qualquer espírito. A cura pela fé é narcótico. É ingenuidade acreditar numa cura divina. A fé é um efeito alucinógeno que ameniza o sofrimento momentaneamente por seu discurso acolhedor, o cristianismo em especial, por buscar a salvação através do sofrimento. A fé no cristianismo é uma droga viciante cujos adictos não conseguem limpar seus organismos (diga-se mente) dos efeitos nocivos de tal.
Estou doente da alma, isso é visível, porém não usarei de outra doença para tentar curar a atual. À aqueles que me oferecem o narcótico do cristianismo ou outra fé que seja, como remédio contra a depressão, lhes dou meu mais sincero não. Nem mesmo diante do abismo abandonarei minha sanidade intelectual.


💛

Acho que o pessoal não entendeu bem o objetivo por trás do setembro amarelo. Tá tendo uma correntinha no Facebook que diz o seguinte "Comente um "💛" que eu falo algo bonito sobre você". Que lindo gente, você vai falar algo bonitinho sobre a minha pessoa e assim do nada minha depressão crônica vai desaparecer?
Não é porque você diz que eu sou bonito, legal, engraçado ou o que quer que seja que vai mudar qualquer coisa, não é isso que o depressivo quer ouvir, isso é efeito placebo.
Vamos desenhar para que os adeptos do "movimento coração amarelo" entendam. Sabe quando o dia está nublado, prestes a chover e com nuvens ofuscando a luz do sol? É tipo isso, só que no seu interior. É como se tivesse uma sombra te encobrindo, um peso te pressionando pra baixo sempre.
Sabe aquele dia em que tudo na sua vida está indo maravilhosamente bem e você pensa "hoje vai ser perfeito, hoje nada de ruim vai acontecer", daí do nada o céu fica nublado e seu mundo caí sem motivo algum. Quando você não consegue dormir por ficar pensando demais em cada milésimo do seu dia tentando encontrar onde deu tudo errado. Ficar repassando um mesmo erro em um loop infinito até que ele se torne seu novo vício.
Não ser capaz de se concentrar ou ter foco em nada, tudo o que você vai fazer, por mais prazeroso que era antes, deixa de te trazer qualquer tipo de atenção. Tem horas que o contato com outras pessoas fica difícil, fica difícil falar em público, você para que querer sair e busca ficar o máximo de tempo no seu casulo.
Qualquer tipo de palavra dita num tom levemente alterada à você já te deixa mal. O pior é quando a amiga querida da depressão, a ansiedade resolve participar da festa, aí você não só remoê os erros que você cometeu durante o dia, mas também já fica prevendo de maneira paranoica as merdas que pode fazer.
Daí chega uma hora que o dia nublado vira pra chuva, e o que acontece? Você quer fugir! Faz o que? Toma uma porrada de comprimidos para tentar escapar desse sofrimento. Mas você não quer morrer de verdade, o que você quer é que os outros prestem atenção em você. Daí quando você tá lá na UTI, fazendo uma lavagem do seu organismo, todo mundo percebe que você existe e percebem que você está longe de estar bem.
Você faz tratamento, toma remédios e tudo mais, tudo melhora, mas como na vida nenhuma alegria dura pra sempre, aquela sombra volta a te perseguir. O dia volta a ficar nublado, os remédios deixam de fazer efeito, os pensamentos de auto-extermínio voltam a rondar sua mente, e à essa altura, todos já se esqueceram de você.
Mas daí me vem essa putaria dessa corrente de coração amarelo que tem com único objetivo amaciar o ego de pessoas que estão pouco se lixando para pessoas que realmente sofrem de depressão e que nunca sentiram sequer uma fração dessa escuridão da alma.
"Poxa você é tão divertido, você é tão inteligente, tão engraçado". Sabe o que me faz sentir ouvindo uma coisa dessas? Ainda mais depressão, pois ao ver isso eu percebo o desinteresse total desses supostos solidários com a causa. O setembro amarelo é um mês para prevenção ao suicídio e discutir a depressão, não pra banalizar essa causa nobre nessa putaria ridícula de coração amarelo.


Sobre Stranger Things:

Admito que estava com um pé atrás com essa série, com todo esse alvoroço em cima dela acabou me causando certa aversão. Porém resolvi dar uma chance à série e queimei a língua por julgar sem conhecer. Assisti a temporada inteira de oito episódios de uma vez só. 

Stranger Things consegue se manter mesmo se a pessoa não captar boa parte das referências nostálgicas aos filmes dos anos 80. Eu, por exemplo, nunca assisti Goonies, Conta Comigo ou Et, os grandes pilares de influência da série, porém me deliciei ao ver as citações e referências a alguns de meus filmes favoritos da década, como O Enigma de Outro Mundo, Star Wars e até uma leve referência a Alien O Oitavo Passageiro.

A série é muito boa, é verdade, principalmente os atores, as crianças em especial. Contudo acredito que houve um certo exagero por parte dos evangelizadores da série, ela é extremamente superestimada. Seria até covardia comparar Stranger Things com verdadeiros gigantes em nível de qualidade televisiva como Breaking Bad, True Detective ou a contemporânea Mr. Robot.

Existem problemas sérios na questão de efeitos visuais, o que seria facilmente resolvido se o monstro não ficasse exposto na tela o tempo todo, trazendo algo mais como um terror psicológico, o que eu realmente acreditei que a série iria abordar nos primeiros episódios, porém quando logo no começo jogam a criatura na sua cara com um cgi mal feito, fiquei extremamente decepcionado. Nem tanto por conta dos efeitos mas sim pois esperava algo mais Lovecraftiano, ou então que fizessem um monstro com efeitos práticos, já que estavam tanto na vibe de nostalgia dos anos 80.

O roteiro é outra coisa um pouco problemática. A história tem vários conceitos interessantes, porém nenhum é aprofundado, espero que nas próximas temporadas isso aconteça. A trilha sonora, apesar de tudo é um dos pontos fortes da série com um estilo eletro retro, além de musicas dos anos 80 como The Clash, David Bowie e outros.

Cativante, longe de ser perfeita, o principal atrativo de Strange Things são os atores. Desde veteranos dos anos 80 como a garota interrompida e diva da época, Winona Ryder, até as fantásticas crianças, em especial a Eleven que com só expressões faciais e pouquíssimas falas já rouba a cena. Stranger Things é uma série que ainda tem muito para mostrar, e muito o que melhorar, vale uma maratona na Netflix, mas longe de ser esse alvoroço todo que andam falando por aí.



Agora um desabafo...

Depois de assistir Man of Steel, BvS e Esquadrão Suicida algumas vezes, você percebe que o Zack Snyder não faz ideia do que está fazendo. Você se esforça pra gostar dos filmes mas no final os contras são maiores do que os prós. Superman sombrio e amargurado? Batman psicopata assassino? Que porra é essa?! Por incrível que pareça, se considerarmos o Snyderverso, dos três filmes até agora, o menos ruim foi Batman vs Superman, a versão estendida, na verdade, pois a versão de cinema também não ajuda.

Homem de Aço é aquele filme que toleramos por conta da excelente ação, mas o roteiro não colabora. e Esquadrão Suicida eu não quero nem falar por ser uma colcha de retalhos tanto na edição quanto no roteiro. É meio duro pra mim admitir isso mas o Universo Marvel nos cinemas realmente é muito superior ao DC até agora. Claro, eu tenho minhas críticas aos filmes da Marvel, não deixa de haver filmes ruins como os Thor e Homem de Ferro da vida, mas ainda assim o conjunto da obra é muito mais bem estruturado.

A Warner está perdida querendo agradar a tudo e todos, não acham um foco. O próprio Esquadrão é um monstro de Frankenstein maluco querendo simular o sucesso de Guardiões da Galaxia e Deadpool. Melhor se continuassem nos moldes de BvS que esse pelo menos tinha uma alma própria, tinha a identidade do Snyder, por pior que seja ela. Esquadrão Suicida é um filme sem identidade que quer ser tudo ao mesmo tempo.

Eu cresci assistindo desenhos e lendo quadrinhos da DC, nem tanto os quadrinhos foram minha maior influência mas sim as animações. Lembro bem que a série animada do Superman foi um dos meus primeiros contatos com o universo de super heróis. Queria ver aquilo nos cinemas, aquele Superman, não esse cara que está pouco se fodendo pra humanidade.

Os fracassos de crítica e público só mostram que está tudo errado. Colocar o cara que dirigiu o cagalhão que foi o filme do Watchmen pra ser a "mente criativa" por tás de todo o universo cinematográfico DC é um tiro no pé. Espero que agora, dando esse poder nas mãos de quem entende a situação melhore. Ou Geoff Johns, que tá com uma pica gigantesca nas mãos pra resolver, trata de salvar a DC, ou reboota essa merda logo e para de me fazer perder tempo e dinheiro. A esperança agora é Mulher Maravilha e Liga da Justiça, e eu não estou muito esperançoso pra esse filme da liga não.


Esquadrão Suicida: Prós e Contras

Antes que me joguem pedras afirmando que eu sou um fanboy cego da DC e que gosto de qualquer merda que a DC/Warner fazem, peço por gentileza que termine de ler texto.

Talvez o principal inimigo de Esquadrão Suicida, assim como foi de Batman vs Superman e provavelmente de todo o universo cinematográfico DC até que alguém faça alguma coisa é a edição. Há um problema gigantesco de comunicação entre os produtores e os diretores nesse DCCU. Enquanto os putos da contabilidade e produção ficarem metendo a mão no trabalho dos diretores e fazendo cortes e edições onde não deviam, os filmes da DC infelizmente vão ser um fracasso de crítica e assim por conseguinte de bilheteria. E esse é o menor dos problemas, até mesmo fãs da DC, eu como exemplo, saem decepcionados desses filmes picotados e recortados de maneira grotesca. Não é de se espantar que a versão estendida de BVS seja infinitamente melhor e mais bem amarrada do que a versão de cinema. Assim aconteceu com Esquadrão Suicida aqui, o filme foi mexido e remexido, é visível que a versão "original" do filme não é essa. Muita coisa dos trailers não estão ali, muito do Coringa não está ali além da primeira meia hora do filme com todos os efeitos coloridinhos e alegrinhos parecerem ter saído de uma abertura da Malhação.

Batman vs Superman sofreu com a edição, mas foi muito menos do que SS. Quando saiu a notícia de que o filme estava passando por refilmagens para dar um tom mais "divertido" após as críticas a Batman vs Superman, eu já soube que ia dar merda. No entanto, passando esses primeiros 30~45min iniciais, o filme funciona bem. Nesse inicio de filme eu já estava pensando que todas aquelas criticas estavam certas e que o filme estava condenado. É um inicio de filme tão ruim, com uma edição de efeitos de flashbacks tão nojenta, além de uma apresentação de personagens com aqueles letreiros coloridinhos e estilizados tão preguiçosa que eu já estava achando que o filme não tinha salvação.

Contudo o filme andou, e por incrível que pareça, passado essa apresentação de personagens preguiçosa e mal feita e colocados os personagens em ação, o filme começou a ficar divertido. Ele não tem muito o tom dos outros dois filmes do universo cinematográfico DC até o momento, o tempo todo ele me lembrou uma animação da DC, principalmente Batman: Ataque ao Arkham, que é com o esquadrão suicida. Os pontos altos do filme, (por incrível que pareça) o Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller e o Sr. Coringa! (calma, já vou chegar nele). Por incrível que pareça, Will Smitho é o menor dos problemas do filme, muito pelo contrário, ele estava ótimo como Pistoleiro. Amanda Waller foi outra personagem excelente incorporada por Viola Davis, quero muito ver Waller no filme da Liga tretando com o Batman. Mas não há como negar que esse foi o filme da Arlequina. Margot Robbie estava incrível na personagem.

Agora vamos ao que interessa: Joker, o palhaço do crime. O que foi Jared Leto como Coringa nesse filme? Há muita controvérsia, muitas opiniões diversas a respeito desse novo Coringa. No entanto, eu gostei muito desse novo Coringa e novamente reclamo da edição do filme pois muito do material e cenas do Coringa foram cortadas do filme. Pra mim o Coringa absoluto e insuperável sempre será (não, não é o Heath Ledger) Mark Hamill como o dublador da franquia de jogos Batman Arkham. Quanto a atores, antes de Leto tivemos César Romero que era o Coringa galhofa, depois tivemos o que pra mim é o melhor Coringa live action até agora, Jack Nicholson que foi uma espécie de Coringa gangster/mafioso, depois o pop e endeusado por todos, Heath Ledger como um Coringa caótico e anarquista. O que as pessoas que estão criticando o Coringa do Leto não entendem é que o Coringa, assim como o Batman possui diferentes versões e interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos. O Coringa de 'A Piada Mortal" não é o mesmo Coringa da HQ 'Coringa' de Brian Azzarello. E eu gostei muito dessa versão gangster/drug lord/Tony Montana do Coringa, tanto visualmente quanto em atuação. Quando foi revelado o visual do Coringa há um bom tempo atrás com as tatuagens e tudo mais, eu detestei, porém agora, vendo o filme meu problema com isso diminuiu e achei interessante essa versão moderna de Coringa chefão da máfia, rei do tráfico. Sem contar com o romance entre Coringa e Harley que criou algo novo, uma reciprocidade no amor que a Arlequina sente por Joker. Antes (quadrinhos, animações, jogos, etc ) Harley era apenas um brinquedo do Coringa, agora ele sente algo por ela também, o que torna essa relação mais interessante. Eu quero muito ver esse Coringa do Jared Leto no filme solo do Batman mostrando, quem sabe, a morte de Jason Todd na base do pé de cabra.

Além disso tudo, a ação do filme foi interessante, dando destaque para o final. Os alívios cômicos, principalmente Crocodilo e Capitão Bumerangue estavam muito bons, queria mais deles. Outra personagem que foi muito pouco aproveitada foi a Katana, muito poucas cenas, diálogos e desenvolvimento. Ponto negativo: O(s) vilões do filme foram muito fracos. No final das contas (SPOILER) O grupo que a Waller reuniu pra resolver altas tretas teve que resolver uma treta que ela mesma causou, resumindo o filme bem por cima (FIM DO SPOILER). Tirando esses problemas de edição e um roteiro que não faz sentido, além de subaproveitamento de personagens, o filme é divertido. A DC tentou fazer um Guardiões da Galaxia com muitas musicas legais e tal, mas nem a trilha sonora do filme encaixa bem como no filme da Marvel. O que resta para o universo DC nos cinemas é a promessa. Mulher Maravilha tem a difícil missão de salvar de uma vez por todas a DC nos cinemas antes que as críticas as bilheterias ruins causem um dano irremediável à esse universo que tanto amamos que é a DC Comics.


O Mais Variado Super Grupo dos Quadrinhos: A Tropa dos Lanternas Verdes!

A Tropa dos Lanternas Verdes é indubitavelmente o super grupo mais variado e exótico das histórias em quadrinhos. Além de conter membros de milhares de espécies alienígenas, contando atualmente com dois membros da tropa para cada um dos 3600 setores do universo (com exceção do setor 2814, setor da Terra).

Conheci a Tropa e toda a mitologia por trás do selo Lanterna Verde da DC Comics há alguns anos atrás, na época em que se iniciava a super-saga A Noite Mais Densa. Busquei pelos primórdios da fase Geoff Johns, o homem que fez Lanterna Verde voltar a ser relevante e comecei pelo renascimento de Hal Jordan, parti para a Guerra Sinestro até culminar na Noite Mais Densa.

Me apaixonei por esse universo multicolorido criado por Geoff Johns para o Lanterna Verde e todas as tropas de várias cores e luzes. Chegou um momento que virou uma salada e eu resolvi dar um tempo. Porém agora resolvi dar uma nova chance aos lanternas tendo em vista o Rebirth da DC. E o que mais me surpreendeu foi que quando eu deixei a sala, haviam quatro lanternas humanos, agora temos seis, o que me deixa ainda mais ansioso e curioso para ler.

Por enquanto estou lendo apenas a série mensal do Lanterna Verde propriamente dito, protagonizada por Hal Jordan, entretanto ainda pretendo me atualizar nas séries derivadas que são tantas que eu já perdi as contas.

Agora voltando ao quanto a tropa ser variada, vamos citar os seis membros humanos da tropa. Temos uma variação de raça, credo, gênero, origem, etc. O piloto Hal Jordan, jogador de futebol americano Guy Gardner, o engenheiro John Stewart, o desenhista Kyle Rayner e os dois novos lanternas, Simon Baz e Jessica Cruz (não conheço muito sobre os dois últimos ainda).

A tropa é tão variada que havia até mesmo um planeta Lanterna Verde (R.I.P. Mogo). Sem contar com as outras tropas, cada tropa de cor diferente representa uma emoção. A verde é a força de vontade, a amarela o medo, vermelha a ira, azul a esperança, laranja a avareza, índigo a compaixão, violeta o amor, além da negra que é a morte.

Lanterna Verde, Hal Jordan em particular, se tornou um dos meus heróis de quadrinhos favoritos de todos os tempos, entrando no meu top três ao lado de Superman e Batman. Recomendo muito a leitura do universo Lanterna Verde, em especial toda a fase Geoff Johns. Os arcos Crepúsculo Esmeralda e Novo Amanhecer também valem muito a pena, principalmente para entender o renascimento de Hal Jordan e a partir daí todo o novo universo das cores do Lanterna Verde.