quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Sobre Stranger Things:

Admito que estava com um pé atrás com essa série, com todo esse alvoroço em cima dela acabou me causando certa aversão. Porém resolvi dar uma chance à série e queimei a língua por julgar sem conhecer. Assisti a temporada inteira de oito episódios de uma vez só. 

Stranger Things consegue se manter mesmo se a pessoa não captar boa parte das referências nostálgicas aos filmes dos anos 80. Eu, por exemplo, nunca assisti Goonies, Conta Comigo ou Et, os grandes pilares de influência da série, porém me deliciei ao ver as citações e referências a alguns de meus filmes favoritos da década, como O Enigma de Outro Mundo, Star Wars e até uma leve referência a Alien O Oitavo Passageiro.

A série é muito boa, é verdade, principalmente os atores, as crianças em especial. Contudo acredito que houve um certo exagero por parte dos evangelizadores da série, ela é extremamente superestimada. Seria até covardia comparar Stranger Things com verdadeiros gigantes em nível de qualidade televisiva como Breaking Bad, True Detective ou a contemporânea Mr. Robot.

Existem problemas sérios na questão de efeitos visuais, o que seria facilmente resolvido se o monstro não ficasse exposto na tela o tempo todo, trazendo algo mais como um terror psicológico, o que eu realmente acreditei que a série iria abordar nos primeiros episódios, porém quando logo no começo jogam a criatura na sua cara com um cgi mal feito, fiquei extremamente decepcionado. Nem tanto por conta dos efeitos mas sim pois esperava algo mais Lovecraftiano, ou então que fizessem um monstro com efeitos práticos, já que estavam tanto na vibe de nostalgia dos anos 80.

O roteiro é outra coisa um pouco problemática. A história tem vários conceitos interessantes, porém nenhum é aprofundado, espero que nas próximas temporadas isso aconteça. A trilha sonora, apesar de tudo é um dos pontos fortes da série com um estilo eletro retro, além de musicas dos anos 80 como The Clash, David Bowie e outros.

Cativante, longe de ser perfeita, o principal atrativo de Strange Things são os atores. Desde veteranos dos anos 80 como a garota interrompida e diva da época, Winona Ryder, até as fantásticas crianças, em especial a Eleven que com só expressões faciais e pouquíssimas falas já rouba a cena. Stranger Things é uma série que ainda tem muito para mostrar, e muito o que melhorar, vale uma maratona na Netflix, mas longe de ser esse alvoroço todo que andam falando por aí.



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