quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Um relato trágico.

Você se encontra no mais extremo limite. Sua existência não faz mais nenhum sentido. Você apela para a automutilação para tentar sentir alguma coisa, qualquer coisa. "O que não me mata me fortalece". Como eu queria seguir essa lei. A autoextinção se torna cada vez mais atraente.
Frente à esse sofrimento, seus entes queridos em uma tentativa fútil de ajuda o que tentam? Fé, deus, religião. Uma conversão forçada. Não entendem? Não há espaço para religião na minha alma. Não serei vítima dessa inquisição psicológica.
A ideia de deus pode trazer conforto para outras almas, porém por mais atormentada que a minha esteja, não há espaço para insensatez, ignorância e ilusão. Minha dor não provém de origem metafísica ou sobrenatural. Eu não herdei esse sofrimento de erros de uma vida anterior ou como efeito de carma.
Eu não acredito em inferno, o inferno são os outros. A solidão corrompe qualquer espírito. A cura pela fé é narcótico. É ingenuidade acreditar numa cura divina. A fé é um efeito alucinógeno que ameniza o sofrimento momentaneamente por seu discurso acolhedor, o cristianismo em especial, por buscar a salvação através do sofrimento. A fé no cristianismo é uma droga viciante cujos adictos não conseguem limpar seus organismos (diga-se mente) dos efeitos nocivos de tal.
Estou doente da alma, isso é visível, porém não usarei de outra doença para tentar curar a atual. À aqueles que me oferecem o narcótico do cristianismo ou outra fé que seja, como remédio contra a depressão, lhes dou meu mais sincero não. Nem mesmo diante do abismo abandonarei minha sanidade intelectual.


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