terça-feira, 6 de junho de 2017

As influências e dificuldades em se adaptar o estilo de H.P. Lovecraft para o cinema



Introdução

"A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido."
- H.P. Lovecraft

Howard Phillips Lovecraft foi um escritor de horror, terror, suspense e fantasia americano nascido em Providence, Rhode Island em 1890. Lovecraft foi precursor do gênero literário de horror/terror chamado horror cósmico, ou cosmicismo. Em suas obras, o sobrenatural incorporava uma capa de ficção cientifica dando lugar para monstros e deuses alienígenas onde nos trabalhos de seus antecessores cabia o mágico e espiritual.

A filosofia empregada no horror cósmico trás temas como a insignificância completa da humanidade frente a existência de seres transcendentais dos próprios conceitos de tempo e espaço. Mesmo que em muitas das obras de Lovecraft, humanos aparecem de alguma maneira interagindo com tais seres, a ideia do autor é a de absoluta indiferença de tais entidades pela presença humana, sendo em muitos casos as entidades veneradas como deuses por cultos pagãos reclusos.


Na citação inicial, Lovecraft resume toda a ideia do cosmicismo e de suas obras como um estilo diferente dos até então clássicos romancistas de horror góticos como Bram Stoker e Mary Shelley. O relacionamento humano com o verdadeiro desconhecido, sobrenatural é narrado em seus contos de forma psicológica. Lovecraft mostra de forma crua o que aconteceria com um ser humano saudável caso entrasse em contato com seres extradimensionais e forças além da compreensão. A verdade seria muito longe do que é mostrado centenas de vezes em superproduções hollywoodianas onde o herói corajoso derrota a criatura sobrenatural ou a bane de nosso plano de existência. A mais realista das possibilidades, a qual Lovecraft apresenta em seus trabalhos é a de que o individuo mergulharia na mais completa loucura pela inabilidade de compreender as grandezas e possibilidades de tais coisas existirem.


Tamanha a importância do autor para a literatura de horror moderna que foi cunhado o termo lovecraftiano para determinar obras de outros autores, tanto na literatura como em outras mídias, que utilizam do estilo de horror cósmico, além das assinaturas visuais como monstros tentaculares e amorfos. H. P. Lovecraft viria a se tornar o grande ícone que é apenas com a popularização de sua mitologia, os chamados Mitos de Cthulhu, nome dado pelo escritor August Derleth, o qual sistematizou e criou, propriamente dizendo, o panteão de Lovecraft colocando os deuses e entidades em ordenação.

Apesar do trabalho de Derleth ter sido o que fez Lovecraft tão popular hoje, ele tira todo o brilho do 'desentender' a natureza de tais entidades. O simples proclamar de nomes ininteligíveis em meio a um ritual que se repetem ao longo das histórias de Lovecraft foi o que causou tamanho interesse e curiosidade pela possibilidade de uma conexão. Contudo, da mesma maneira que muitas das informações acerca de antigas mitologias quase esquecidas são completamente desconhecidas, as prosas e versos das Eddas nórdicas ou as Ilíada e Odisseia de Homero, ou a Teogonia de Hesíodo, são apenas interpretações e sistematizações dos mitos e histórias, compartilhadas oralmente, Derleth fez com as obras de Lovecraft. A diversão real é o uso da imaginação pessoal em tentar trazer um sentido próprio para a ligação de nomes tão amplamente citados nos contos como Necronomicon, Abdul Alhazred, Nyarlathotep, Yog Sothoth, Cthulhu, Shub Niggurath, entre outros, sem a necessidade de um guia.


Como dito pelo próprio Stephen King, um dos maiores autores de ficção da atualidade, e o maior símbolo da literatura de terror no mundo hoje "Creio ser incontestável que H.P. Lovecraft ainda não foi superado como o maior praticante dos contos de terror clássicos do século XX." Stephen King, como outros autores modernos, é um influenciado direto das obras de Lovecraft, que por sua vez também teve suas influências como Edgar Alan Poe, Robert W. Chambers, entre outros. King, tem dezenas de obras de sucesso adaptadas para os cinemas, entretanto é realmente difícil encontrar adaptações diretas de contos de Lovecraft, mesmo seus trabalhos estando em domínio público. Um dos fatos principais que talvez indiquem o porquê de tamanha escassez de filmes lovecraftianos é a dificuldade de transpor para um mídia de massa o pessimismo e a incapacidade humana de contato, menos ainda de combate com Deuses em comparação à pequenez humana. O próprio recurso visual que é fundamental no cinema acaba sendo uma faca de dois gumes, onde nas poucas obras com toques do estilo do autor, o ato de mostrar demais destrói completamente a experiência. 

No decorrer desse projeto, citarei obras cujo estilo narrativo e visual do autor imperam e onde acabaram por falhar na execução de transpor tal atmosfera para o cinema. Poucas que sejam, algumas ainda conseguem certo êxito, porém não muito comum de acontecer. 

Lovecraft no Cinema

Usualmente para se descrever uma obra, tanto literária quanto audiovisual, que se pauta no sentimento de medo, é usado o termo 'terror'. Entretanto nem todas as obras do tipo são necessariamente do gênero terror.

Podemos dividir as obras comumente associadas à classificação de terror entre suspense, terror e horror, as quais resguardam características particulares umas das outras.

Suspense: são situações que causam ansiedade e inquietude no expectador/leitor, deixando-o no aguardo da solução ou conclusão. Ex: Momentos de tensão, em que algo realmente está para acontecer mas é cozinhado em banho Maria para criar a expectativa.


Horror: são cenas visualmente agressivas, que causam repulsa, arrepios ou pavor. Ex: Cenas de assassinato, estupro, tortura ou de vislumbrar algum monstro grotesco.


Terror: momentos propriamente apavorantes, que usam o recurso do medo como ferramenta. Ex: situações em que o personagem é colocado em perigo real de vida ou contato com o completo desconhecido.


Não necessariamente uma obra cinematográfica deve conter apenas uma dessas características, na verdade muito raramente isso acontece. Horror, terror e suspense se entrecruzam muito comumente em filmes, e na realidade, para a existência de uma verdadeira boa obra de "terror", é necessário que as três características encontrem um equilíbrio.

Lovecraft utiliza dos três elementos em suas obras. O suspense da pesquisa do personagem pelos males desconhecidos, o horror do contemplar as criaturas disformes e incompreensíveis, e o terror da realização de quão pequenos somos e da descoberta de que tais coisas podem e, de fato, existem.

Alguns contos de Lovecraft foram adaptados diretamente para o cinema, como é o caso de "A Sombra Sobre Innsmouth", cuja história foi transposta no filme "Dagon" de 2001. Elementos como o culto sombrio da 'Ordem Exotérica de Dagon', e da fuga alucinada do protagonista dos aldeões da cidade completamente entregues ao deus alienígena, funcionam. O suspense da tentativa frustrada de escapar da cidade, o horror visual dos cidadãos mutantes com aparência de peixe, tudo isso é competente. Contudo o terror falha em certo ponto. Funciona nos momentos de histeria do protagonista em não desejar se entregar ao destino que lhe aguarda, mas falha na superexposição que existe no final do filme.


Lovecraft é conhecido por economizar em elementos visuais, mas quando o faz, ocorre a kátharsis (purificação) em que tudo o que foi contido até então é recompensado. E brincando com o conceito grego usado na tragédia para a purgação da alma, Lovecraft o inverte e entrega completamente a mente e alma do personagem à loucura.

Dagon, em seu final, entrega demais. É muito comum no cinema ocorrer a catarse visual ao final do filme, onde o aguardo é recompensado pela revelação da forma real do monstro. Contudo, muitas vezes, juntamente com o visual, não ocorre a catarse emocional e espiritual, nem no personagem, e ainda pior, nem no público.


Poucos são os filmes adaptados diretamente das obras do autor, pelo menos os reconhecidos pelo grande público e de fácil acesso aos apreciadores de filmes lovecraftianos. Muitos são, porém, aqueles que utilizam de suas assinaturas, tanto visuais quanto conceituais, a figurarem como grandes nomes.

A franquia 'A Hora do Pesadelo', criada por Wes Craven, é um exemplo de terror slasher que foge do habitual assassino psicopata, armado simplesmente de algum tipo de arma branca e que extermina os adolescentes da vizinhança. Sim, os filmes de Freddy Krueger são munidos dessas características, mas o que os tornam diferentes e mais interessantes é o poder de Krueger de, dentro dos sonhos, distorcer a realidade das maneiras mais diversas e bizarras possíveis a fim de executar suas vítimas. Lovecraft tem extrema familiaridade com o sonhar. Não apenas em seus mundos oníricos retratados amplamente em contos como 'A Busca Onírica por Kadath', mas a interação indireta entre os Grandes Antigos e os pesadelos dos protagonistas.


É muito comum se perguntar a escritores a origem de sua ideias, e dessas origens, muitos afirmam ser os sonhos o ponto de partida. Lovecraft não é diferente. Muito de sua criação surgiu a partir, não de sonhos, mas sim de pesadelos, o que ele transpôs em suas obras da mesma maneira. O mais possível contato entre um ser humano e a consciência de um ser onipotente que dorme no fundo do oceano, e a simples força do sonhar desse ser é capaz de influenciar os sonhos e mentes de humanos a ponto de enlouquecê-los. 

Na obra prima de John Carpenter, 'The Thing' ou 'O Enigma de Outro Mundo', uma equipe de arqueólogos situados na Antártida se deparam com um cachorro infectado por uma forma de vida alienígena que consome o hospedeiro e assume sua forma. O que não faltam são comparações entre este filme e um dos maiores clássicos de Lovecraft 'Nas Montanhas da Loucura', onde uma equipe de cientistas descobre, também na Antártida, vestígios de uma espécie alienígena que habitava a Terra milhões de anos antes.


Carpenter não apenas usa da mesma ambientação que a história de Lovecraft, mas amplia, utilizando o visual da criatura disforme tão comumente presente em Lovecraft. Não seria ir muito longe comparar a coisa do filme de Carpenter com a criatura de terror principal de Nas Montanhas da Loucura. O Shoggoth que Lovecraft nos presenteia com meros vislumbres de descrição como sendo uma criatura literalmente sem forma definida, um aglomerado de tentáculos, bolhas e olhos rastejante que o simples olhar de uma fração da criatura já leva à completa insanidade. John Carpenter criou a coisa, uma forma de vida igualmente sem forma utilizando da maestria dos efeitos práticos da época, dignas do mais puro horror visual, no sentido real da palavra.


O próprio nome original do filme "a coisa" remete completamente a uma das palavras favoritas de Lovecraft: "impronunciável", algo tão estranho e impossível de se entender que sequer somos capazes de dar um nome. Em quesitos visuais, horror e no suspense criado da suspeita entre os membros da equipe para saber quem é o monstro escondido e quem não é, O Enigma de Outro Mundo é o mais brilhante filme a incorporar o estilo de Lovecraft. Porém falta o terror. Diferente da loucura que acomete os exploradores de Nas Montanhas da Loucura, os envolvidos nesse filme apenas demonstram estranheza à criatura bizarra. Alguns sofrem leves surtos psicóticos, mas nada suficiente para representar na integra o que de fato significa o horror cósmico.

Baseado no famoso conto de Stephen King, o filme "O Nevoeiro" também traz os elementos padrões de uma obra com os toques de Lovecraft. A névoa desconhecida trouxe consigo criaturas de outras esferas, monstros tentaculares e diversos. Um grupo de pessoas acaba sendo isolado em um super mercado onde o nevoeiro e as criaturas não entram. Junto disso tudo, surge a histeria coletiva de algumas pessoas alegando ser o apocalipse e a já conhecida multidão enfurecida, clássica desde os tempos de Frankenstein surge em ambiente fechado exigindo o exílio dos nosso heróis do porto seguro deles que é o super mercado.


O final do filme é impactante pelo sacrifício que o pai faz, matando o filho com a ultima bala restante em seu revolver, sem esperança de qualquer tipo de salvação. Porém, minutos depois, uma companhia de militares surge mostrando que a morte do filho foi em vão, para o desespero do pai. Isso é, no mais intimo, a filosofia pessimista e desesperançosa de Lovecraft em ação. A falta total de esperança, a entrega de seu ente mais querido aos braços da morte e a catarse do arrependimento e da dor ao ver que tudo o que você fez foi em vão pois forças maiores operam e não dependem do seu aval. 

Na trilogia de filmes criada por Sam Raimi, 'Evil Dead', um dos elementos mais importantes e comuns dos trabalhos de Lovecraft é incorporado à mitologia pessoal dos filmes, só que claro, com modificações. O Necronomicon, o livro maldito que o simples fato de ler pode levar à beira da loucura. Claro que se tratando de uma franquia de filmes que, iniciou-se como terror mas sofreu uma mutação e ao longo dos filmes incorporou um tom muito mais cômico, era de se esperar que não existisse de fato um horror lovecraftiano. Além da presença do Necronomicon, um dos poucos momentos perceptíveis de influência do autor é na segunda instância da franquia, no momento em que Ash, o protagonista, se vê perturbado pelo fato de que todos os objetos e móveis da cabana acabam ganhando vida magicamente. Obviamente se tratava de um surto psicótico, levado tanto pelo trauma sofrido no filme anterior como pela presença de uma entidade sobrenatural no local. Tanto que o momento de catarse em que Ash se entrega completamente ao abismo da loucura, morre e renasce para ser o herói do restante do filme e da franquia é quando ele decepa a mão possuída com uma serra elétrica, a qual ele acopla no cotoco depois.


Ainda nos mantendo em comédia, um filme que trabalha como sátira não apenas da franquia Evil Dead, como do cinema de terror como um todo é 'O Segredo da Cabana' de 2011. Tendo o característico grupo de adolescentes preso numa cabana em meio à uma floresta (referência direta a Evil Dead), com os clássicos estereótipos do gênero ali presentes "o jogador de futebol americano", "a loira", "o negro", "o maconheiro" e "a virgem", prontos para um sacrifício em honra de ninguém mais do que os Grandes Antigos. O filme faz a sátira de que todos os filmes de terror são controlados remotamente por um grupo de pessoas que monitoram os heróis e que, em suas capacidades, manipulam o ambiente para que o grupo acabe todo sendo sacrificado pela criatura que escolheram ao acaso no inicio da jornada. Apesar da presença de deuses diretamente relacionados aos de Lovecraft, nada mais é do que um "fan service" que o filme trás, ficando mais na qualidade de sátira de filmes de terror, maneira que funciona de forma exemplar.


Voltando ao mestre do terror no cinema, John Carpenter, há outro filme dele digno de nota. 'À Beira da Loucura' é um filme diretamente influenciado por H.P. Lovecraft. Trata da história de um detetive particular que investiga o repentino desaparecimento de um escritor de terror de sucesso. O escritor desaparecido estaria supostamente escrevendo um novo romance, um livro que ao ser lido, levaria as pessoas a loucura, assim como o já citado Necronomicon. Num certo momento do filme quando o escritor é questionado sobre quem não ler o livro, ele apenas rebate dizendo da adaptação para os cinemas que sairia muito em breve, fazendo uma clara correlação à Stephen King que na época era escritor de maior fama e relevância nos Estados Unidos.


O ponto do terror, particularmente do horror cósmico, é perfeitamente representado no filme, contudo tanto o horror, que muito levemente é abordado, como o suspense, acabam deixando a desejar.

Citando agora um último filme, este não contendo nenhum elemento de Lovecraft, mas um exemplo de um magnífico filme de terror, que congrega primorosamente tanto terror, quanto horror e suspense. 'A Bruxa' de 2015 é uma obra de arte na execução desses elementos. Podendo funcionar tanto como um filme de drama familiar religioso, como uma alegoria a criticas de conservadorismo religioso e um conto sobre libertação feminina, também cabe ao filme todo o simbolismo religioso cristão e de contos de fadas medievais. O filme mantém um suspense com a dúvida de se existe ou não uma bruxa realmente e, se sim, que fim levaram suas vitimas. O horror é contido, porém é eficaz para manter a atmosfera e mostrado apenas em situações realmente necessárias. Já o terror, é aí onde o filme realmente brilha. Não apenas o medo dos personagens do filme, mas como o medo das pessoas de toda uma época com a ira de deus e, mais ainda, do diabo que, dum ponto de vista cultural, existia de fato num mundo controlado pelo medo e pela fé fervorosa.


Se fizermos um exercício forçado, podemos encontrar Lovecraft até mesmo ali. Lovecraft utilizou muitas vezes em suas histórias a presença de bruxas e citava constantemente rituais pagãos de bruxaria como meios de contato com o que, a primeira vista seriam demônios ou o próprio Satanás. Em sua mitologia particular, o autor realizou um sincretismo de seus mitos com os de outros povos. O "homem negro", que é muitas vezes referenciado em escrituras antigas como o guia das bruxas em seus sabás, possivelmente o próprio diabo, em Lovecraft assumia a forma de uma de sua principais criações: Nyarlathotep, que assim como Satanás, teria muitas formas e nomes.

Dessa maneira, podemos imaginar que, se ambientado numa realidade lovecraftiana, Black Phillip de A Bruxa, seria na verdade Nyarlathotep. Mas o ponto principal em que o filme tem êxito é em seu final, onde a protagonista Thomasin vai ter com o bode e neste momento, diferente de muitas obras, o ato de não mostrar demais, de conter o visual e de apenas dar o vislumbre da forma humana assumida pelo bode, é ali que filmes com temática Lovecraft deveriam aprender e seguir.


Para descrever de forma mais concisa possível o quão intangível é o horror de Lovecraft, vale citar outro de seus maiores clássicos 'A Cor Que Caiu do Espaço'. Basicamente a história fala sobre uma fazenda que foi assolada pela radiação de um meteorito vindo do céu o qual trouxe, nada mais, nada menos do que uma cor. Uma cor irreconhecível e diferente de todo o espectro visual. Fica claro dessa maneira o quão difícil é adaptar algo completamente visual como uma cor desconhecida para uma mídia audiovisual.



 Conclusão

Com o projeto do filme de Nas Montanhas da Loucura pelo diretor Guillermo del Toro congelado, e muito possivelmente cancelado, é muito difícil ter esperança de alguma adaptação direta do autor para os cinemas em produções grandes. Filmes menores e desconhecidos baseados em suas obras existem aos montes, mas para um autor de tamanha importância e influência, criador de um dos maiores ícones modernos de monstros da cultura pop que é seu Cthulhu, é mais do que justo algo grandioso e digno de seu trabalho. 


Não funciona exatamente como uma receita de bolo infalível, aplicar o terror, horror e suspense em doses equivalentes para criar uma atmosfera até a recompensa final que é a revelação do horror e a destruição da esperança e sanidade do herói. Como já citei no inicio, é difícil trazer histórias pessimistas, em que a loucura ou a morte são os mais prováveis destinos para os personagens envolvidos em megaproduções hollywoodianas, numa industria que vende constantemente a felicidade paga e fantasiosa.

Embora falte colhões para o cinema se aventurar no cosmicismo, uma outra mídia que tem se mostrado tão popular e poderosa quanto, vem criando obras dignas do autor, claro que não perfeitas em sua execução. Os video games por serem uma forma de entretenimento em ascensão e para um publico mais de nicho, demonstra uma envergadura maior nesse sentido.
Jogos como Bloodborne, Amnesia: The Dark Descent, a franquia Silent Hill e até mesmo o jogo diretamente adaptado de Lovecraft, Call of Cthulhu: Dark Corners of the Earth trazem consigo tanto as identidades visuais como os conceitos do horror cósmico de forma muito mais eficiente do que as feitas pelo cinema.


Você pode até não ter lido nenhuma história do autor ou nunca ter ouvido falar dele, mas seu legado é presente em toda cultura pop, da literatura para a música passando pelo cinema, até os video games.


Como o próprio Guillermo del Toro disse sobre a dificuldade de adaptar Nas Montanhas da Loucura "É muito difícil para um estúdio se arriscar em fazer um filme para maiores com um final difícil e nenhuma história de amor. Ainda mais sendo algo de época e de um escritor que tem uma base de leitores grande, mas que não pode ser quantificada porque suas obras são domínio público." O cinema para o grande público não está preparado para megaproduções desse tipo, nem o público, muito menos os estúdios. Resta esperar que em algum momento, quando este movimento eterno de venda de produtos alegres e feitos para toda a família, com o intuito apenas de entreter e divertir, sem nenhuma intenção de refletir, passe para que Lovecraft finalmente brilhe fora de produções pequenas e vá para as grandes telas, não apenas com toques mas sim com toda sua potência.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Um relato trágico.

Você se encontra no mais extremo limite. Sua existência não faz mais nenhum sentido. Você apela para a automutilação para tentar sentir alguma coisa, qualquer coisa. "O que não me mata me fortalece". Como eu queria seguir essa lei. A autoextinção se torna cada vez mais atraente.
Frente à esse sofrimento, seus entes queridos em uma tentativa fútil de ajuda o que tentam? Fé, deus, religião. Uma conversão forçada. Não entendem? Não há espaço para religião na minha alma. Não serei vítima dessa inquisição psicológica.
A ideia de deus pode trazer conforto para outras almas, porém por mais atormentada que a minha esteja, não há espaço para insensatez, ignorância e ilusão. Minha dor não provém de origem metafísica ou sobrenatural. Eu não herdei esse sofrimento de erros de uma vida anterior ou como efeito de carma.
Eu não acredito em inferno, o inferno são os outros. A solidão corrompe qualquer espírito. A cura pela fé é narcótico. É ingenuidade acreditar numa cura divina. A fé é um efeito alucinógeno que ameniza o sofrimento momentaneamente por seu discurso acolhedor, o cristianismo em especial, por buscar a salvação através do sofrimento. A fé no cristianismo é uma droga viciante cujos adictos não conseguem limpar seus organismos (diga-se mente) dos efeitos nocivos de tal.
Estou doente da alma, isso é visível, porém não usarei de outra doença para tentar curar a atual. À aqueles que me oferecem o narcótico do cristianismo ou outra fé que seja, como remédio contra a depressão, lhes dou meu mais sincero não. Nem mesmo diante do abismo abandonarei minha sanidade intelectual.


💛

Acho que o pessoal não entendeu bem o objetivo por trás do setembro amarelo. Tá tendo uma correntinha no Facebook que diz o seguinte "Comente um "💛" que eu falo algo bonito sobre você". Que lindo gente, você vai falar algo bonitinho sobre a minha pessoa e assim do nada minha depressão crônica vai desaparecer?
Não é porque você diz que eu sou bonito, legal, engraçado ou o que quer que seja que vai mudar qualquer coisa, não é isso que o depressivo quer ouvir, isso é efeito placebo.
Vamos desenhar para que os adeptos do "movimento coração amarelo" entendam. Sabe quando o dia está nublado, prestes a chover e com nuvens ofuscando a luz do sol? É tipo isso, só que no seu interior. É como se tivesse uma sombra te encobrindo, um peso te pressionando pra baixo sempre.
Sabe aquele dia em que tudo na sua vida está indo maravilhosamente bem e você pensa "hoje vai ser perfeito, hoje nada de ruim vai acontecer", daí do nada o céu fica nublado e seu mundo caí sem motivo algum. Quando você não consegue dormir por ficar pensando demais em cada milésimo do seu dia tentando encontrar onde deu tudo errado. Ficar repassando um mesmo erro em um loop infinito até que ele se torne seu novo vício.
Não ser capaz de se concentrar ou ter foco em nada, tudo o que você vai fazer, por mais prazeroso que era antes, deixa de te trazer qualquer tipo de atenção. Tem horas que o contato com outras pessoas fica difícil, fica difícil falar em público, você para que querer sair e busca ficar o máximo de tempo no seu casulo.
Qualquer tipo de palavra dita num tom levemente alterada à você já te deixa mal. O pior é quando a amiga querida da depressão, a ansiedade resolve participar da festa, aí você não só remoê os erros que você cometeu durante o dia, mas também já fica prevendo de maneira paranoica as merdas que pode fazer.
Daí chega uma hora que o dia nublado vira pra chuva, e o que acontece? Você quer fugir! Faz o que? Toma uma porrada de comprimidos para tentar escapar desse sofrimento. Mas você não quer morrer de verdade, o que você quer é que os outros prestem atenção em você. Daí quando você tá lá na UTI, fazendo uma lavagem do seu organismo, todo mundo percebe que você existe e percebem que você está longe de estar bem.
Você faz tratamento, toma remédios e tudo mais, tudo melhora, mas como na vida nenhuma alegria dura pra sempre, aquela sombra volta a te perseguir. O dia volta a ficar nublado, os remédios deixam de fazer efeito, os pensamentos de auto-extermínio voltam a rondar sua mente, e à essa altura, todos já se esqueceram de você.
Mas daí me vem essa putaria dessa corrente de coração amarelo que tem com único objetivo amaciar o ego de pessoas que estão pouco se lixando para pessoas que realmente sofrem de depressão e que nunca sentiram sequer uma fração dessa escuridão da alma.
"Poxa você é tão divertido, você é tão inteligente, tão engraçado". Sabe o que me faz sentir ouvindo uma coisa dessas? Ainda mais depressão, pois ao ver isso eu percebo o desinteresse total desses supostos solidários com a causa. O setembro amarelo é um mês para prevenção ao suicídio e discutir a depressão, não pra banalizar essa causa nobre nessa putaria ridícula de coração amarelo.


Sobre Stranger Things:

Admito que estava com um pé atrás com essa série, com todo esse alvoroço em cima dela acabou me causando certa aversão. Porém resolvi dar uma chance à série e queimei a língua por julgar sem conhecer. Assisti a temporada inteira de oito episódios de uma vez só. 

Stranger Things consegue se manter mesmo se a pessoa não captar boa parte das referências nostálgicas aos filmes dos anos 80. Eu, por exemplo, nunca assisti Goonies, Conta Comigo ou Et, os grandes pilares de influência da série, porém me deliciei ao ver as citações e referências a alguns de meus filmes favoritos da década, como O Enigma de Outro Mundo, Star Wars e até uma leve referência a Alien O Oitavo Passageiro.

A série é muito boa, é verdade, principalmente os atores, as crianças em especial. Contudo acredito que houve um certo exagero por parte dos evangelizadores da série, ela é extremamente superestimada. Seria até covardia comparar Stranger Things com verdadeiros gigantes em nível de qualidade televisiva como Breaking Bad, True Detective ou a contemporânea Mr. Robot.

Existem problemas sérios na questão de efeitos visuais, o que seria facilmente resolvido se o monstro não ficasse exposto na tela o tempo todo, trazendo algo mais como um terror psicológico, o que eu realmente acreditei que a série iria abordar nos primeiros episódios, porém quando logo no começo jogam a criatura na sua cara com um cgi mal feito, fiquei extremamente decepcionado. Nem tanto por conta dos efeitos mas sim pois esperava algo mais Lovecraftiano, ou então que fizessem um monstro com efeitos práticos, já que estavam tanto na vibe de nostalgia dos anos 80.

O roteiro é outra coisa um pouco problemática. A história tem vários conceitos interessantes, porém nenhum é aprofundado, espero que nas próximas temporadas isso aconteça. A trilha sonora, apesar de tudo é um dos pontos fortes da série com um estilo eletro retro, além de musicas dos anos 80 como The Clash, David Bowie e outros.

Cativante, longe de ser perfeita, o principal atrativo de Strange Things são os atores. Desde veteranos dos anos 80 como a garota interrompida e diva da época, Winona Ryder, até as fantásticas crianças, em especial a Eleven que com só expressões faciais e pouquíssimas falas já rouba a cena. Stranger Things é uma série que ainda tem muito para mostrar, e muito o que melhorar, vale uma maratona na Netflix, mas longe de ser esse alvoroço todo que andam falando por aí.



Agora um desabafo...

Depois de assistir Man of Steel, BvS e Esquadrão Suicida algumas vezes, você percebe que o Zack Snyder não faz ideia do que está fazendo. Você se esforça pra gostar dos filmes mas no final os contras são maiores do que os prós. Superman sombrio e amargurado? Batman psicopata assassino? Que porra é essa?! Por incrível que pareça, se considerarmos o Snyderverso, dos três filmes até agora, o menos ruim foi Batman vs Superman, a versão estendida, na verdade, pois a versão de cinema também não ajuda.

Homem de Aço é aquele filme que toleramos por conta da excelente ação, mas o roteiro não colabora. e Esquadrão Suicida eu não quero nem falar por ser uma colcha de retalhos tanto na edição quanto no roteiro. É meio duro pra mim admitir isso mas o Universo Marvel nos cinemas realmente é muito superior ao DC até agora. Claro, eu tenho minhas críticas aos filmes da Marvel, não deixa de haver filmes ruins como os Thor e Homem de Ferro da vida, mas ainda assim o conjunto da obra é muito mais bem estruturado.

A Warner está perdida querendo agradar a tudo e todos, não acham um foco. O próprio Esquadrão é um monstro de Frankenstein maluco querendo simular o sucesso de Guardiões da Galaxia e Deadpool. Melhor se continuassem nos moldes de BvS que esse pelo menos tinha uma alma própria, tinha a identidade do Snyder, por pior que seja ela. Esquadrão Suicida é um filme sem identidade que quer ser tudo ao mesmo tempo.

Eu cresci assistindo desenhos e lendo quadrinhos da DC, nem tanto os quadrinhos foram minha maior influência mas sim as animações. Lembro bem que a série animada do Superman foi um dos meus primeiros contatos com o universo de super heróis. Queria ver aquilo nos cinemas, aquele Superman, não esse cara que está pouco se fodendo pra humanidade.

Os fracassos de crítica e público só mostram que está tudo errado. Colocar o cara que dirigiu o cagalhão que foi o filme do Watchmen pra ser a "mente criativa" por tás de todo o universo cinematográfico DC é um tiro no pé. Espero que agora, dando esse poder nas mãos de quem entende a situação melhore. Ou Geoff Johns, que tá com uma pica gigantesca nas mãos pra resolver, trata de salvar a DC, ou reboota essa merda logo e para de me fazer perder tempo e dinheiro. A esperança agora é Mulher Maravilha e Liga da Justiça, e eu não estou muito esperançoso pra esse filme da liga não.


Esquadrão Suicida: Prós e Contras

Antes que me joguem pedras afirmando que eu sou um fanboy cego da DC e que gosto de qualquer merda que a DC/Warner fazem, peço por gentileza que termine de ler texto.

Talvez o principal inimigo de Esquadrão Suicida, assim como foi de Batman vs Superman e provavelmente de todo o universo cinematográfico DC até que alguém faça alguma coisa é a edição. Há um problema gigantesco de comunicação entre os produtores e os diretores nesse DCCU. Enquanto os putos da contabilidade e produção ficarem metendo a mão no trabalho dos diretores e fazendo cortes e edições onde não deviam, os filmes da DC infelizmente vão ser um fracasso de crítica e assim por conseguinte de bilheteria. E esse é o menor dos problemas, até mesmo fãs da DC, eu como exemplo, saem decepcionados desses filmes picotados e recortados de maneira grotesca. Não é de se espantar que a versão estendida de BVS seja infinitamente melhor e mais bem amarrada do que a versão de cinema. Assim aconteceu com Esquadrão Suicida aqui, o filme foi mexido e remexido, é visível que a versão "original" do filme não é essa. Muita coisa dos trailers não estão ali, muito do Coringa não está ali além da primeira meia hora do filme com todos os efeitos coloridinhos e alegrinhos parecerem ter saído de uma abertura da Malhação.

Batman vs Superman sofreu com a edição, mas foi muito menos do que SS. Quando saiu a notícia de que o filme estava passando por refilmagens para dar um tom mais "divertido" após as críticas a Batman vs Superman, eu já soube que ia dar merda. No entanto, passando esses primeiros 30~45min iniciais, o filme funciona bem. Nesse inicio de filme eu já estava pensando que todas aquelas criticas estavam certas e que o filme estava condenado. É um inicio de filme tão ruim, com uma edição de efeitos de flashbacks tão nojenta, além de uma apresentação de personagens com aqueles letreiros coloridinhos e estilizados tão preguiçosa que eu já estava achando que o filme não tinha salvação.

Contudo o filme andou, e por incrível que pareça, passado essa apresentação de personagens preguiçosa e mal feita e colocados os personagens em ação, o filme começou a ficar divertido. Ele não tem muito o tom dos outros dois filmes do universo cinematográfico DC até o momento, o tempo todo ele me lembrou uma animação da DC, principalmente Batman: Ataque ao Arkham, que é com o esquadrão suicida. Os pontos altos do filme, (por incrível que pareça) o Pistoleiro, Arlequina, Amanda Waller e o Sr. Coringa! (calma, já vou chegar nele). Por incrível que pareça, Will Smitho é o menor dos problemas do filme, muito pelo contrário, ele estava ótimo como Pistoleiro. Amanda Waller foi outra personagem excelente incorporada por Viola Davis, quero muito ver Waller no filme da Liga tretando com o Batman. Mas não há como negar que esse foi o filme da Arlequina. Margot Robbie estava incrível na personagem.

Agora vamos ao que interessa: Joker, o palhaço do crime. O que foi Jared Leto como Coringa nesse filme? Há muita controvérsia, muitas opiniões diversas a respeito desse novo Coringa. No entanto, eu gostei muito desse novo Coringa e novamente reclamo da edição do filme pois muito do material e cenas do Coringa foram cortadas do filme. Pra mim o Coringa absoluto e insuperável sempre será (não, não é o Heath Ledger) Mark Hamill como o dublador da franquia de jogos Batman Arkham. Quanto a atores, antes de Leto tivemos César Romero que era o Coringa galhofa, depois tivemos o que pra mim é o melhor Coringa live action até agora, Jack Nicholson que foi uma espécie de Coringa gangster/mafioso, depois o pop e endeusado por todos, Heath Ledger como um Coringa caótico e anarquista. O que as pessoas que estão criticando o Coringa do Leto não entendem é que o Coringa, assim como o Batman possui diferentes versões e interpretações tanto no cinema quanto nos quadrinhos. O Coringa de 'A Piada Mortal" não é o mesmo Coringa da HQ 'Coringa' de Brian Azzarello. E eu gostei muito dessa versão gangster/drug lord/Tony Montana do Coringa, tanto visualmente quanto em atuação. Quando foi revelado o visual do Coringa há um bom tempo atrás com as tatuagens e tudo mais, eu detestei, porém agora, vendo o filme meu problema com isso diminuiu e achei interessante essa versão moderna de Coringa chefão da máfia, rei do tráfico. Sem contar com o romance entre Coringa e Harley que criou algo novo, uma reciprocidade no amor que a Arlequina sente por Joker. Antes (quadrinhos, animações, jogos, etc ) Harley era apenas um brinquedo do Coringa, agora ele sente algo por ela também, o que torna essa relação mais interessante. Eu quero muito ver esse Coringa do Jared Leto no filme solo do Batman mostrando, quem sabe, a morte de Jason Todd na base do pé de cabra.

Além disso tudo, a ação do filme foi interessante, dando destaque para o final. Os alívios cômicos, principalmente Crocodilo e Capitão Bumerangue estavam muito bons, queria mais deles. Outra personagem que foi muito pouco aproveitada foi a Katana, muito poucas cenas, diálogos e desenvolvimento. Ponto negativo: O(s) vilões do filme foram muito fracos. No final das contas (SPOILER) O grupo que a Waller reuniu pra resolver altas tretas teve que resolver uma treta que ela mesma causou, resumindo o filme bem por cima (FIM DO SPOILER). Tirando esses problemas de edição e um roteiro que não faz sentido, além de subaproveitamento de personagens, o filme é divertido. A DC tentou fazer um Guardiões da Galaxia com muitas musicas legais e tal, mas nem a trilha sonora do filme encaixa bem como no filme da Marvel. O que resta para o universo DC nos cinemas é a promessa. Mulher Maravilha tem a difícil missão de salvar de uma vez por todas a DC nos cinemas antes que as críticas as bilheterias ruins causem um dano irremediável à esse universo que tanto amamos que é a DC Comics.


O Mais Variado Super Grupo dos Quadrinhos: A Tropa dos Lanternas Verdes!

A Tropa dos Lanternas Verdes é indubitavelmente o super grupo mais variado e exótico das histórias em quadrinhos. Além de conter membros de milhares de espécies alienígenas, contando atualmente com dois membros da tropa para cada um dos 3600 setores do universo (com exceção do setor 2814, setor da Terra).

Conheci a Tropa e toda a mitologia por trás do selo Lanterna Verde da DC Comics há alguns anos atrás, na época em que se iniciava a super-saga A Noite Mais Densa. Busquei pelos primórdios da fase Geoff Johns, o homem que fez Lanterna Verde voltar a ser relevante e comecei pelo renascimento de Hal Jordan, parti para a Guerra Sinestro até culminar na Noite Mais Densa.

Me apaixonei por esse universo multicolorido criado por Geoff Johns para o Lanterna Verde e todas as tropas de várias cores e luzes. Chegou um momento que virou uma salada e eu resolvi dar um tempo. Porém agora resolvi dar uma nova chance aos lanternas tendo em vista o Rebirth da DC. E o que mais me surpreendeu foi que quando eu deixei a sala, haviam quatro lanternas humanos, agora temos seis, o que me deixa ainda mais ansioso e curioso para ler.

Por enquanto estou lendo apenas a série mensal do Lanterna Verde propriamente dito, protagonizada por Hal Jordan, entretanto ainda pretendo me atualizar nas séries derivadas que são tantas que eu já perdi as contas.

Agora voltando ao quanto a tropa ser variada, vamos citar os seis membros humanos da tropa. Temos uma variação de raça, credo, gênero, origem, etc. O piloto Hal Jordan, jogador de futebol americano Guy Gardner, o engenheiro John Stewart, o desenhista Kyle Rayner e os dois novos lanternas, Simon Baz e Jessica Cruz (não conheço muito sobre os dois últimos ainda).

A tropa é tão variada que havia até mesmo um planeta Lanterna Verde (R.I.P. Mogo). Sem contar com as outras tropas, cada tropa de cor diferente representa uma emoção. A verde é a força de vontade, a amarela o medo, vermelha a ira, azul a esperança, laranja a avareza, índigo a compaixão, violeta o amor, além da negra que é a morte.

Lanterna Verde, Hal Jordan em particular, se tornou um dos meus heróis de quadrinhos favoritos de todos os tempos, entrando no meu top três ao lado de Superman e Batman. Recomendo muito a leitura do universo Lanterna Verde, em especial toda a fase Geoff Johns. Os arcos Crepúsculo Esmeralda e Novo Amanhecer também valem muito a pena, principalmente para entender o renascimento de Hal Jordan e a partir daí todo o novo universo das cores do Lanterna Verde.