Introdução
A figura conhecida como Baphomet é envolta em mistério, não
se sabe ao certo sua origem, porém há escritos datados por volta do século XI
relatando sobre a já existência da imagem da entidade nessa época.
Hoje, o símbolo é conhecido por ser associado ao ocultismo,
esoterismo, magia, bruxaria, satanismo. Por mais que sua representação mais
conhecida seja a figura ilustrada por Eliphas Lévi em 1897, Baphomet já era
cultuado pelos templários muito antes disso.
Etimologia e imagem
Não há um consenso quanto a origem da figura, entretanto
existem suposições de que Baphomet seja baseado ou apenas relacionado com
outras deidades de diversas partes do globo como Egito, Índia, Grécia, Celta.
A etimologia não é menos envolta em mistério quanto sua
origem. Enquanto alguns pesquisadores afirmam que o nome Baphomet possa ser a corruptela
do nome Muhhamed, o profeta do Islamismo, outros dizem que possa ser a ligação
entre o nome de três deuses: Baph, de
Baal, Pho, derivado de Moloch, e Met ligado ao deus Set. Ainda, em uma
outra versão, ao aplicar-se a cifra de tradução judaica Atbash ao nome
Baphomet, encontra-se a palavra Sophia, o que em grego significa
"sabedoria".
Sociedades secretas e
demonização pela igreja
Ao longo das cruzadas, A Ordem dos Pobres Cavaleiros de
Cristo e do Templo de Salomão, ou apenas os Templários tinham como missão
proteger os peregrinos em seu caminho à Terra Santa e receberam como base o
Templo de Salomão, em Jerusalém. Segundo a lenda, eles possuíam o Santo Graal,
porém isso não vem ao caso.
Ao longo das cruzadas, os Templários cultuaram Baphomet como
um símbolo de conhecimento. Ao fim das cruzadas e com a perda da Terra Santa
parra os muçulmanos, a igreja queria desmoralizar e desmantelar a ordem. Como a
ordem estava com dívidas com o Rei Filipe IV da França, e com o apoio do Papa
Clemente V, por os templários serem isentos de pagamentos de taxas a igreja, a
adoração do ídolo Baphomet foi usada como bode expiatório, julgado o diabo pelo
rei da França e pela Igreja Católica para a condenação dos cavaleiros a
fogueira.
Mesmo após essa demonização, houve que cultuasse a figura,
como os Maçons. Eles não o adoravam como um deus, no entanto o usavam como uma
imagem de conhecimento onde sua simbologia era ensinada apenas para os mais
graduados na ordem.
Eliphas Lévi e o
simbolismo
Diferentemente do que caiu no imaginário popular da figura
de Baphomet como sendo a Besta bíblica, ele é uma representação dualística e de
conhecimento. Nossa imagem mais conhecida dele é a criada por Epliphas Lévi
onde o mago ocultista francês o representa com grande simbolismo de dualidade.
Na figura ilustrada por Eliphas Lévi representando Baphomet,
o pentagrama na testa do bode representa iluminação. A cabeça e pernas de bonde
entram em contradição com o corpo humano, o qual representa a parte animal do
ser humano. Baphomet é representado com seios, o que significa o sexo feminino,
e o caduceu de Hermes é o falo, o sexo masculino. E no caduceu há as duas
serpentes, a negra e a branca.
O caduceu de Hermes no esoterismo significa uma busca pela
equilíbrio do corpo e do chakra tentando alcançar a abertura do terceiro olho,
o que poderia ser o pentagrama. Na figura, Baphomet está com um braço para cima
e um para baixo, "assim na terra como no céu" seria a melhor sentença
para explicar essa simbologia, colocando que o que está acima é igual ao que
está abaixo. Em seus braços está escrito "Coagle" e
"Dissolve", as operações fundamentais da alquimia, coagular e
dissolver. Seus braços apontam cada um
para uma lua diferente. A branca em cima sendo Chesed, e embaixo a lua negra
Geburah, o que na cabala judaica significam conceitos distintos. Chesed
associa-se à" bondade dada aos outros" enquanto que Geburah é
relativa da "própria vontade de conceder bondade aos outros, quando o
destinatário do bem é considerado indigno e suscetível de abusar desta".
As asas representa o céu, enquanto que a esfera onde ele se
senta é a terra. As escamas em sua barriga é o mar,assim como o halo abaixo do
caduceu é a atmosfera, do mesmo jeito que as escamas representam a água e o
fogo acima da cabeça, o próprio fogo, além do conhecimento.
Conclusão
A partir de então, a figura de Baphomet é associada à do
próprio Lúcifer, Diabo ou Satã pelos cristãos, causando medo e preconceito.
Contudo há aqueles quem ainda ousam se estudar nos conhecimentos profundos do
esoterismo e ocultismo e conhecer a figura, por que não simpática?
O que diferencia os templários de Eva, tentando provar da
árvore do conhecimento? O ser humano teme o que não compreende, assim o faz com
a figura "diabólica" de Baphomet que nada mais é do que um deus do
conhecimento, de dualidade, bem e mal.
Mesmo em pleno século XXI e ainda nos encontramos encobertos
pela ignorância e preconceito da idade média, e nem ousarei entrar na parte
política da coisa. Assim como a queda de Lúcifer, a Estrela da Manha em Isaías
14:12, nosso pobre Baphomet teve sua queda nas mãos dos ignorantes e temerosos.
Como a Igreja Católica, assim como qualquer religião tenta
pregar um verdade absoluta do universo, aquilo que se opões à sua verdade, um
Satã, do hebraico, opositor, nosso Baphomet no caso, que se opões aos dogmas
cristãos de uma única verdade absoluta.
O próprio satanismo e a Igreja de Satã que de nada de
maligno possuí além do nome a princípio assustador, mas que no final das contas
propaga o individualismo e a adoração à si mesmo como seu próprio deus na
vertente do Satanismo LaVey, diferente do Satanismo Teísta, o qual cultua
realmente a divindade demoníaca. A Igreja de Satã utiliza o sigilo de Baphomet
como símbolo, como afronta ao cristianismo ao até mesmo como uma confirmação do
caráter de iluminação e de busca de conhecimento da figura do bode templário.
Vemos novamente hoje, no oriente médio os símbolos de
mitologias antigas serem destruídos por fundamentalistas que recriam
atrocidades cometidas antes por outras grandes religiões, afirmando em alto e
bom som "o meu Deus é o único e verdadeiro", mal sabem eles que daqui
mil ou dois mil anos, o deus deles estará na mesma situação que os deuses que eles
destroem hoje. No final das contas, o que é religião hoje, amanhã será
mitologia.
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